SAUDADES
Alguém aí disse, saudade?
Foi você? Eu sabia, ouvi daqui.
É só ver no fundo dos seus olhos, na transpiração das suas emoções, no jeito da sua escrita, fala, no transbordar da sua energia...
Saudade é sentimento intenso que aperta aqui dentro, perturba nossa paz, faz a mente afogar em recordações, provocada em querer o que não dá, não pode, tá longe...
Sufoca o peito e chega a causar arrepio no estômago, numa dor constante que só promete passar com um remédinho chamado, presença.
O problema é que nem sempre se encontra esse remédio fácil, às vezes demora muito, outras nunca mais se acha.
Uma coisa é certa, se tem saudade, significou, marcou, conectou e então, a gente quer repetir, rememorar, estar de novo, sentir, tocar, trocar...
Cada saudade tem uma cor, um som, um cheiro, um tamanho, um dia, um jeito, uma história. Tem saudade recente, saudade intensa, saudade discreta, muita saudade e saudade eterna.
Tem saudade que nos pega de surpresa. Quando achávamos que não havia mais sentimento algum, era página virada, lá vem ela do nada, toda provocante e marcante, contando para nós que ainda existe sentimento sim.
Tem saudade que confunde, ela parece ser de alguém, mas na verdade é da gente mesmo. Do que fomos um dia, do que tivemos, vivemos e do que desejamos e agora queremos.
Ter saudade de alguém é como manter uma ponte invisível sustentadora de uma conexão.
Nem sempre a gente sabe quando poderemos atravessar a ponte, mas mantemos a existência dela, para não perdermos a ligação...
Tem saudade que justifica e daí a gente até curte e sobre algumas, contamos os segundos para matá-las. Outras, só torturam, nos desorganizam e tornam tudo mais difícil e paralisante.
Enfim, só sente saudade quem por pelo menos um momento, de descuido, ou não, permitiu a entrega, o envolvimento, o amor...